segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O Fluminense merece ser rebaixado


Não é somente por causa da lanterna do campeonato que está em suas mãos que o Fluminense merece cair. Merece também porque tem, literalmente, "contas a pagar".
Não estou falando somente de dívidas financeiras. Neste quesito, aliás, o rombo do clube passou de R$ 250 milhões para R$ 320 milhões em apenas quatro anos.
A outra dívida é histórica e, finalmente, chegou a hora de quitá-la.
Recorde-se que o tricolor era pra ser rebaixado em 1996, mas a CBF deu o famoso jeitinho brasileiro e o clube permaneceu entre os grandes.
Não aprendeu a lição e, nos anos seguintes, e em 1997 foi para a Série B e posteriormente para a Série C. Ganhou em 1999 o título da terceira divisão, mas não precisou completar o caminho de volta, como o Corinthians no ano passado e o Vasco está fazendo este ano.
O Fluminense foi beneficiado outra vez pela CBF e entrou na elite pela janela, em 2000.
Tudo certamente é uma questão de gestão. Aqui no Brasil, todos os clubes vivem dificuldades, do líder Palmeiras ao aparentemente endinheirado São Paulo, que precisa vender pelo menos um craque esta semana para equilibrar as finanças.
Mas no caso específico do Fluminense, os problemas aumentaram ainda mais bem longe do noticiário esportivo, envolvendo o seu patrocinador.
No começo do ano, o médico Celso Barros tentou mudar o estatuto da Unimed do Brasil para se perpetuar na presidência.
Puxaram-lhe o tapete e o paulista Eudes Aquino assumiu o seu lugar. Celso Barros ficou apenas como presidente da Unimed Rio, tentando bancar sozinho a fabulosa quantia que repassa mensalmente para o Fluminense.
As divergências entre Roberto Hercades, presidente do clube, e o patrocinador são expostas diariamente na mídia.
O pior de tudo é contra-propaganda. Se alguém tiver de contratar um plano de saúde, seguramente não vai escolher exatamente aquele que aparece na camisa do pior time do Campeonato Brasileiro.
Com 16 pontos e faltando ainda 17 rodadas, o Fluminense pode crescer, sim, tudo é possível. Mas também pode píorar ainda mais, tamanha é a precariedade do seu futebol.
Basta citar o exemplo de 2008. O Vasco virou para o segundo turno com 18 pontos e caiu.

Marcondes Brito

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